sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Torre Negra - vol. I: O Pistoleiro

Sinopse do livro:

Assim começa a história de Roland de Gilead, o último pistoleiro, condenado a vagar por um mundo pós-apocalíptico em busca da lendária Torre Negra, lugar mítico que controla todo o tempo e todo o espaço. Roland é o protagonista deste primeiro dos sete volumes de A Torre Negra, obra mais ambiciosa do cultuado escritor norte-americano Stephen King. Inédita no Brasil, a série foi descrita por seu autor como “o mais longo romance popular de todos os tempos”. O Pistoleiro acompanha Roland em sua incansável perseguição ao enigmático homem de preto na paisagem desértica, quase atemporal, de um mundo arruinado. Alcançar sua misteriosa nêmesis é apenas o primeiro passo em sua jornada rumo à Torre Negra, onde Roland espera que a rápida destruição de seu mundo possa ser interrompida, ou até mesmo revertida. Enquanto o pistoleiro vai aos poucos descobrindo o que lhe reserva seu ka — seu destino —, o leitor é arrebatado por este romance ao mesmo tempo realista e visionário, porta de entrada para um universo fantástico que cultiva uma legião de fãs ao redor do mundo. Inspirada no universo imaginário de J.R.R. Tolkien, no poema épico do século XIX “Childe Roland à Torre Negra Chegou”, e repleta de referências à cultura pop, às lendas arturianas e ao faroeste, A Torre Negra mistura ficção científica, fantasia e terror numa narrativa que forma um verdadeiro mosaico da cultura popular contemporânea.

Comentário:

Este primeiro volume da série “A Torre Negra” já começa nos lançando em um mundo que nos parece familiar, em algumas passagens percebemos sinais neste mundo que o identifica com o nosso, contudo muitos aspectos da trama também parecem remeter o cenário da trama de “O pistoleiro” a um passado do nosso próprio mundo e em outros pontos como um grande emaranhado de diferentes épocas de nosso mundo. O cenário desértico ao longo deste primeiro volume da saga de Roland Deschain em busca de sua tão almejada Torre Negra [Eixo de todo espaço-tempo] intensifica o clima de um mundo pós-apocaliptico e nos faz virar cada página de maneira febril, cada página nos faz desejar a próxima. A figura do “Homem de preto” também é um grande enigma que nos é proposto. Ele parece uma figura atemporal e de alguma maneira ligado à decadência do mundo de Roland, que segundo palavras dele mesmo “seguiu em frente”. A busca pelo “Homem de preto” seria para o pistoleiro tão somente uma preparação para a verdadeira e grande jornada até a redenção de seu mundo, há passagens em que Roland assume o aspecto de um “messias” que deseja salvar o seu mundo de um colapso, porém o desejo dele em salvar o seu mundo, que às vezes assume a constituição de uma obsessão doentia, também o faz parecer sombrio e mau em algumas de suas ações, só que o colapso que o seu mundo enfrenta é algo ligado a natureza do espaço-tempo, ou sendo mais direto, à estrutura da realidade. Essa duplicidade que nos é mostrada no caráter do pistoleiro o faz uma figura com extrema capacidade de cativar os leitores mais ávidos com o desejo profundo de compreender a mente e o espírito deste complexo personagem, sem dúvida alguma muitos se apaixonaram à primeira leitura. A meta de Roland é salvar todo o seu mundo e a perspectiva traçada neste primeiro volume é que, sendo a Torre Negra o eixo de todo espaço-tempo, salvar um mundo pode significar salvar infinitos mundos e nesta jornada difíceis sacrifícios podem ser necessários. Inclusive em um determinado momento do livro há uma frase do personagem Jake Chambers, um garoto que morreu na Nova York de 1977 e foi parar no mundo de Roland Deschain [O mundo-médio], em que o aspecto colossal da missão de Roland é expresso. Com a frase de Jake Chambers [que não irei dizer qual é obviamente =D] percebemos que o pistoleiro possui não somente o peso de um mundo em suas costas, mas o peso de incalculáveis mundos e universos, mesmo que a grandiosidade disto não seja percebida pelo hábil e bravo pistoleiro. Neste primeiro volume pouco é revelado sobre as reais motivações do pistoleiro, somente especulações são possíveis em certos aspectos. O que posso lhes dizer é que o primeiro volume nos esclarece o que vem a serem os “Pistoleiros” neste Mundo-médio, qual a função deles dentro desta trama e um pouco sobre a história deles [a origem deste grupo, que se assemelha a uma espécie de “cavaleiros modernos”, e o que aconteceu a eles a partir do momento em que o Mundo-médio “seguiu adiante”]. Roland se caracteriza como um tradicional pistoleiro dos filmes de Western, um herói épico e ao mesmo tempo uma figura misteriosa cujo caráter às vezes é duvidoso, nos levando a pensar que por trás de sua figura “bondosa” possa existir uma motivação muito mais egóica. “A Torre Negra – Vol. I: O pistoleiro” é um livro incrível do começo ao fim. Stephen King conseguiu unir de forma bela elementos épicos, elementos dos tradicionais filmes Westerns [Principalmente tendo como base o filme “Três homens em conflito”], elementos da cultura pop, das lendas arturianas, do mundo criado por J.R.R. Tolkien [Inclusive o Mundo-médio possui um vocabulário um pouco diferente do nosso] e elementos do poema épico “Childe Roland à Torre Negra Chegou” escrito por Robert Browning e incluído como apêndice no último volume da série. A saga “A Torre Negra” é capaz de satisfazer o apetite dos mais diferentes fãs, pois une terror, ficção cientifica, suspense e fantasia como somente um mestre da literatura fantástica, como Stephen King, conseguiria fazer. Aqueles que lerem o primeiro volume só iram ter uma decepção...ele é muito curto! Espero vocês nos meus comentários sobre “A Torre Negra – Vol. II: A Escolha dos Três”. Boa leitura e longos dias e belas noites!


2 comentários:

  1. Cara, fiquei curiosa! Vou adicionar esse livro à minha lista, rs.

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  2. Com certeza você vai se apaixonar pela saga! Roland Deschain é demais! Fica aqui a observação de que J.J Abrams (um dos criadores da série "Lost") já tem os direito autoriais para adaptar os sete livros para a telona. Ainda tenho esperanças de que o formato seja de série de televisão, pois a história é muito complexa e tranforma-lá em filmes poderia ser ruim...mas confio no J.J. Abrams!

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